O setor florestal brasileiro vem passando por grandes mudanças nos últimos anos e deve seguir mudando em 2023. A pandemia do COVID-19 alterou as bases mercadológicas do setor. Desde 2019, os preços de florestas e produtos madeireiros se modificaram drasticamente, como não se via nas últimas décadas.
As florestas plantadas são um importante fornecedor de matérias-primas para muitos setores da economia mundial. Adicionalmente, é um setor com importante impacto social e ambiental.
Olhando para o futuro, é uma indústria que pode ampliar seu papel como exportador, produtor e, consequentemente, gerar novas oportunidades de emprego e riqueza.
Para contribuir com o entendimento o cenário florestal brasileiro, qual momento estamos vivenciando e estimar hipóteses para 2023, confira os seguintes tópicos:
- Setor Florestal Brasileiro nos últimos anos
- Panorama para o fim de 2022
- Setor florestal brasileiro em 2023
Setor Florestal Brasileiro nos últimos anos
Ao longo dos últimos anos, o mercado florestal apresentou importantes mudanças, devido ao aumento do consumo de madeira por diversos segmentos.
Com o cenário pandêmico, houve uma corrida por produtos de papel, com o aumento da demanda por higiene pessoal e por embalagens, por meio do crescimento do comércio digital.
Outro fator representativo da pandemia foi a mudança de hábitos. O home office e a quarentena contribuíram para que as pessoas passassem mais tempo em casa e, consequentemente, buscassem melhorar o ambiente de suas casas. Esse comportamento refletiu no maior consumo de itens de madeira, como os painéis mdf.
Também cabe destacar a busca por fontes energéticas, tais como os pellets de madeira, principalmente pelo continente europeu, afetado que pela guerra da Ucrânia, que tem lidado com problemas de fontes de energia originalmente russas.
Assim, o preço de madeira elevou-se consideravelmente ao longo dos últimos anos. Adicionalmente, o mercado florestal vem aquecido por anúncios de novas unidades de papel e celulose que adensaram a competição por terras e a pressão sobre a base florestal brasileira.
Resumidamente, a pandemia asseverou a demanda por produtos madeireiros e ainda destacou a pressão por terras, gerando oportunidades de expansão para suprir a oferta de novas áreas florestais.
Panorama para o fim de 2022
Para o final de 2022, deve-se considerar o contexto econômico global, que aponta para recessão no segundo semestre. Da mesma forma, a construção civil americana está tendendo a redução. Nesse movimento de baixa demanda, há que salientar a tendência de estabilização dos preços de madeira grossa até o final de 2022 e início de 2023. Entretanto, sem que chegue a reduzir os preços atuais, ainda pressionados pela pouca oferta.
Por outro lado, pode-se tomar em conta que os preços de celulose e papel seguem em manutenção de alta. Essa perspectiva é trazida pela restrição na oferta de celulose global. Consequentemente, o preço de madeira para processo deve permanecer em movimento de alta.
Outro aspecto importante é referente ao preço de carvão vegetal no estado de Minas Gerais, que bateu recordes de preço em 2022, e deve manter o movimento de preços positivos, porém registrando uma suavização.
Esse último setor também é fortemente afetado pelo conflito no Leste europeu entre Rússia e Ucrânia, que são 2 importantes exportadores e concorrentes do aço brasileiro.
De modo geral, pode-se salientar que os preços de madeira devem ter um final de ano com estabilidade e crescimento menos acelerado. Assim, refletindo escassez de novas ofertas de madeira e preços dos produtos madeireiros em contraste com o contexto global.
Setor florestal brasileiro em 2023
Para 2023, o setor florestal brasileiro tende a se expandir mais, como já podemos evidenciar com grandes companhias anunciando novas instalações, tal como a Klabin, Arauco no Mato grosso do Sul e Bracell em Lençóis Paulista/SP.
Assim, temos algumas perspectivas para 2023:
– Déficit de Madeira: Como comentado anteriormente, o cenário é de escassez de madeira e isso deve acarretar na manutenção dos preços e até no freio de novas plantas de celulose e papel para os próximos anos.
– Novos investidores: As aplicações em ativos florestais funcionam como estratégia para grandes investidores institucionais que buscam diversificar, rentabilizar e potencializar seus lucros com ativos reais.
Cada dia mais, surgem investidores que encontraram os benefícios em se investir nos fundos de ativos florestais. Exemplificando, a empresa Lacan que realiza esse tipo de aplicação desde os anos 2000, vê espaço para a formação de um novo fundo.
– Aproveitamento de áreas declivosas: Grandes empresas do setor florestal estão plantando em áreas mais declivosas. Uma vez que, as áreas planas geralmente são destinadas para cultivos agrícolas. Desta forma, esses terrenos mais inclinados geram grandes desafios no setor para a mecanização que vai desde o preparo de solo à colheita, dificultando a extração e o transporte florestal.
Para contornar essa situação, o avanço tecnológico nos últimos anos vem buscando o avanço da colheita e silvicultura em áreas cada vez mais declivosas.
– ESG: O setor florestal vem ganhando destaque como importante setor que contribui com os critérios ESG – especificamente o ambiental. Dessa maneira, a busca por investimentos no setor florestal brasileiro deve seguir com força ao longo dos próximos anos. Um bom exemplo são os novos investimentos em florestas de eucaliptos em Minas Gerais, visando a mitigação dos gases de efeito-estufa na produção do aço que, também devem manter atrativos os preços de eucalipto no estado.
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Por Kétlin G. Calixto, Gabriel Ribas e Mario Coso, da Smart3.
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